(...) então eu piso com o pé direito, e me bate um frio vindo do meu lado direito
e esse frio vai tomando conta do meu corpo.
pé esquerdo...
olho as pessoas conversando, barulho de pratos batendo em talheres, talheres em pratos,
pessoas ansiosas na filha do banquete, olhando o banquete de ponta a ponta pensando no que seria melhor comer hoje..
pessoas conversando, um tal de 'blablablabla'que não para.
então eu olho pro meu lado direito procurando de onde vem aquele vento, olho no canto da parede e me deparo com um ar-condicionado
então vou descendo meus olhos até te enxergar por lá, perdido
porque justo ali? eu não tinha muitos motivos para ir naquele restaurante, poderia ter feito algo mais pratico em casa
mas não, tinha algum propósito eu ir.. te encontrar!
você não me viu, e então fiquei te olhando..
quando vi que ia virar seu rosto, fingi que estava indo em direção à fila e continuei a andar.
fiquei na fila um bom tempo evitando olhar para o lado esquerdo, que era aonde você se encontrava na posição em que eu estava da fila
peguei um prato, um talher, e botei por baixo do prato.. *TRIM* o garfo bate.
escolhi umas folhas de alface, olhei pro lado
peguei um tomate, olhei pro lado
peguei arroz, olhei pro lado
pensei: não posso ficar olhando tanto assim
mas eu não conseguia controlar o frio que eu tava sentindo(dessa vez por dentro)
eu te vi, e isso fez meu coração desparar, vontade de sair dali naquela hora,
voltar e desistir do almoço e dormir pra sonhar com seu rosto mastigando um pouco de ervilhas
se cabelo meio arrepiadinho em cima, seu brinco de pedra na parte da cartilagem da orelha, aquele seu colar que eu adoro.
então peguei minha comida e fui sentar em uma mesa de canto.
cada 'garfada' era uma 'olhada'.
e então você levantou, pagou, se foi e sumiu da minha visão. e meu sentimento de frio se transformou em um 'tremido' em minhas mãos.
até que eu ouço uma buzina contínua, uma batida sei la, e uma mulher gritando.
todo mundo do restaurante se levanta e vai lá fora ver o que há,
em menos de 10 minutos, ambulancias, policias, pessoas assustadas.
era você, você estava ferido, e estava sangrando muito, a ultima visão que eu tenho de você hoje,
é de você entrando em um carro vermelho retangular com uma cruz branca
abaxei meus olhos, e vi um liquido vermelho sobre o asfalto,
então abaixei, passei o dedo e respirei forte para sentir o cheiro, um ultimo cheiro. E pensei:
'Adeus, eu te amo, e sempre tive medo de dizer. E agora, é tarde demais..'
Foi o pior pensamento que tive em minha vida, o pior sentimento, o pior arrepedimento. e sim, uma lágrima escorreu.
Um comentário:
que historia xocante vei.
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